Escritores e intelectuais líbios denunciaram no dia 23 de janeiro de 2017
que os serviços de segurança do leste do país confiscaram dezenas de livros
considerados "eróticos" ou contra o Islã, entre eles obras de Paulo Coelho.
Entre os livros apreendidos, em árabe e importados do Egito, também há
textos do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, do romancista americano
Dan Brown e do egípcio Naguib Mahfuz, prêmio Nobel de Literatura.
Os escritores publicaram um comunicado de protesto depois da difusão, no fim
de semana, de um vídeo da direção de segurança da cidade de Al Marj
mostrando os livros sendo colocados em um caminhão.
No vídeo, um chefe de segurança e religiosos da cidade denunciam uma
"invasão cultural" através de livros sobre o xiismo, o cristianismo ou
bruxaria, assim como romances com trechos eróticos e contrários aos
preceitos do Islã sunita, praticado no país.
Os escritores, entre eles Azza Maghur, Idriss Al Tayeb e Radhuan
Bushwisha, denunciaram a apreensão de livros sob qualquer pretexto,
"uma tentativa de amordaçar as vozes e confiscar a liberdade de opinião
e de pensamento".
"Líbia hoje", escreveu Paulo Coelho no Twitter, com link para fotos dos
livros confiscados.
Al Marj, como grande parte do leste líbio, é controlado pelo Exército Nacional
Líbio (ANL), leal ao controvertido marechal Jalifa Haftar.
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