Lançada a 10 de setembro de 1808, no Rio de Janeiro (RJ), a Gazeta do Rio de Janeiro foi o órgão oficial do governo português durante a permanência de Dom João VI no Brasil. Tendo circulado às quartas-feiras e aos sábados, ou seja, como bi-hebdomadário, foi editada primeiro pelo frei Tibúrcio José da Rocha e, depois, redigida pelo primeiro jornalista profissional do Brasil, Manuel Ferreira de Araújo Guimarães. Precursora do Diário Oficial da União, foi o segundo jornal da história da imprensa brasileira, sendo, no entanto, o primeiro a ser redigido e publicado totalmente no Brasil, pela Impressão Régia, com máquinas trazidas da Inglaterra – o primeiro periódico nacional, o Correio Braziliense, editado por Hipólito José da Costa em postura contrária à Coroa, foi lançado cerca de três meses antes, totalmente editado em Londres. Até a década de 1820, apenas publicações da Impressão Régia e de poucos impressores ligados ao poder tinham licença para circular no Brasil. Todavia, com a Independência, a publicação da Gazeta do Rio de Janeiro acabou sendo suspensa, sendo sua edição nº 157, de 31 de dezembro de 1822, a derradeira.
Fundadora e patrona da chamada imprensa áulica no Brasil, a Gazeta do
Rio de Janeiro, a rigor, passava pelo crivo de ministros de estrita
confiança da coroa. A Impressão Régia era então dirigida por uma junta,
composta por José Bernardes de Castro (oficial da Secretaria de Estrangeiros e
de Guerra), Mariano José Pereira da Fonseca e José da Silva Lisboa. O trio
deveria se certificar de que nada fosse impresso atentando contra a religião, o
governo ou os “bons costumes”. Para todos os efeitos, contavam com o exame
prévio dos censores reais: o frei Antônio de Arrábida, o padre João Manzoni,
Carvalho e Mello e o próprio José da Silva Lisboa.
Fonte: https://bndigital.bn.gov.br/artigos/gazeta-do-rio-de-janeiro-2/.
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