Pelo menos 243 milhões de mulheres e meninas foram vítimas de violência no ano passado. E o autor era um parceiro ou pessoa íntima. Desde a pandemia, o número de chamadas para linhas de apoio a vítimas de violência doméstica aumentou até 500%.
Estes são alguns dos alertas da ONU neste Dia Internacional para Eliminação da Violência a Mulheres. Para marcar a data, a organização realiza um evento virtual com a participação da atriz e embaixadora da Boa Vontade, Nicole Kidman, e outros convidados.
Campanha
Desde o início da pandemia, todos os tipos de violência contra mulheres e meninas se intensificaram. Para a ONU, a crise é uma espécie de “pandemia paralela”.
Segundo os dados, menos de 40% das mulheres que sofrem violência denunciam o caso ou buscam ajuda.
Desde o início da crise de saúde, em alguns países, o número de chamadas para linhas de apoio a vítimas da violência doméstica aumentou até cinco vezes.
Neste 25 de novembro, embaixadores da boa vontade, agências da ONU e o secretário-geral apelam para um esforço coletivo global para combater a ameaça.
Além de António Guterres, participam a diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, a diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, Natalia Kanem, e a embaixadora da Boa Vontade Cindy Bishop.
Direitos humanos
Em mensagem, o secretário-geral da ONU afirma que a violência a mulheres e meninas “constitui uma ameaça aos direitos humanos em nível mundial.”
Para Guterres, “a pandemia da Covid-19 veio confirmar que esta é uma emergência global que requer uma ação urgente por parte de todas as pessoas, a todos os níveis, em todos os lugares.”
Impacto
O impacto social e econômico da pandemia lançou um grande número de mulheres e meninas na pobreza, e o risco de serem alvos de violência continua a aumentar.
Em abril deste ano, o secretário-geral apelou à comunidade internacional para acabar de uma vez por todas com a pandemia silenciosa da violência.
Até o momento, 146 Estados-membros assumiram o compromisso. Nos últimos meses, 135 países aumentaram as ações e recursos para enfrentar a violência contra as mulheres como parte da resposta à Covid-19. Neste Dia Internacional, o secretário-geral reitera e renova esse apelo.
Liderança
Guterres afirma que é preciso priorizar a liderança das mulheres na procura de soluções, mas também envolver os homens nesta luta.
Para ele, é “fundamental” que os serviços para as vítimas de violência permaneçam abertos, dotados de recursos e de medidas adequadas para apoiar as respostas sanitárias, sociais e de justiça.
Segundo Guterres, “não basta intervir após o ato de violência contra as mulheres.” É também necessário prevenir a violência, em particular, abordando normas sociais e desequilíbrios de poder. Além disso, a polícia e os sistemas judiciais devem aumentar a responsabilização dos agressores e pôr fim à impunidade.
Fonte: https://news.un.org/pt/story/2020/11/1734072.
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