segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Em janeiro, Edgar Allan Poe é o homenageado do mês da Biblioteca do IFF campus Macaé

Há exatos 206 anos, nascia em Boston, nos EUA, um escritor que iria não só mudar para sempre a literatura mundial, mas impulsionar e até inaugurar gêneros hoje fundamentais para a escrita de ficção.

Daguerreótipo de Edgar Allan Poe

Quem gosta das histórias de Agatha Christie, criadora do detetive belga Hercule Poirot, ou das histórias do mais icônico detetive da ficção, Sherlock Holmes, criação do britânico Arthur Conan Doyle, nem sempre imagina que não foram eles que estabeleceram a fundação para a literatura policial. O autor considerado o pai da ficção detetivesca, na verdade, é Edgar Allan Poe, autor, poeta, editor e crítico literário americano, que com três contos, Assassinatos na Rua Morgue, O Mistério de Marie Rogêt e A Carta Roubada, protagonizados por seu detetive Auguste Dupin, estabeleceu a estrutura para contar esse tipo de história que perdura inabalada até hoje.


Um detetive excêntrico e inteligente, retirado da calma de seus aposentos por um crime intrigante e pela incapacidade da polícia de lidar com ele, sendo resolvido posteriormente apenas por deduções perfeitamente lógicas da parte desse detetive. Por mais que seja de certa forma uma "fórmula", ela não se esgota e sempre rende novas e boas histórias de ficção.

Edgar Allan Poe, no entanto, é mais conhecido por seus geniais contos de terror e suspense, que imergem-se nas mentes de seus personagens para transmitir com perfeita verossimilhança o espanto e o temor que sentem diante de situações misteriosamente macabras.

A precisão com que Poe incute na mente de seus leitores o clima de terror e mistério de suas histórias faz com que elas se mantenham vivas e impressionantes na memória de todos que o lêem.

Considerado parte do movimento romântico americano, Poe também é conhecido por sua poesia, da qual frequentemente se destaca o poema The Raven (O Corvo), com traduções em português de ninguém menos do que Machado de Assis, Fernando Pessoa e Milton Amado.

Sua vida, pode-se dizer, foi tão densa e turbulenta quanto a dos personagens de suas obras, tendo sido criado em meio a intensas discussões com seu pai adotivo e tendo morrido em 1849, com apenas 40 anos, de causas que até hoje não foram perfeitamente solucionadas, gerando especulações de Dupins por todo o mundo.

Profeta, ou o que quer que sejas!
Ave ou demônio que negrejas!
Profeta sempre, escuta: Ou venhas tu do inferno
Onde reside o mal eterno,
Ou simplesmente náufrago escapado
Venhas do temporal que te há lançado
Nesta casa onde o Horror, o Horror profundo
Tem os seus lares triunfais,
Dize-me: “Existe acaso um bálsamo no mundo?”

E o Corvo disse: “Nunca mais."

Trecho de O Corvo, na tradução de Machado de Assis.

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