segunda-feira, 14 de junho de 2021

15/06 # Dia do Paleontólogo - Conheça o Pai da Paleontologia Brasileira

No Brasil, podemos comemorar o dia do Paleontólogo em duas datas: data da fundação da Sociedade Brasileira de Paleontologia, em 7 de março, ou o dia 15 de junho, devido à Lei nº 2.818, de 30 de abril de 1981, de São Paulo. A História da Paleontologia brasileira tem início com o Naturalista dinamarquês, Peter Wilhelm Lund, nascido em Copenhague, em 14 de junho de 1801, e falecido em Lagoa Santa, em 25 de maio de 1880, que é considerado o pai da Paleontologia e Arqueologia no Brasil.

Após sua mudança definitiva para o Sudeste brasileiro, em 1833, fez extraordinárias escavações em grutas calcárias no vale do Rio das Velhas, em Minas Gerais, durante 10 anos, descrevendo minuciosamente a fauna de mamíferos dessa região e as mudanças ambientais que aconteceram desde o Pleistoceno. Nos sítios paleontológicos, por ele pesquisados, encontravam-se crânios de humanos e de animais, como marsupiais e primatas.

Mas você sabe o que estuda um Paleontólogo?

A Paleontologia é a ciência especializada no estudo de aspectos de vida na Terra, em especial de animais e demais vestígios deixados pela natureza, em períodos geológicos que vão de 3 bilhões até 10 mil anos atrás, abrangendo também o estudo dos primatas e hominídeos anteriores aos homens da atualidade. Diferentemente do Arqueólogo, que estuda os vestígios humanos em sua interação social e cultural, o Paleontólogo dedica-se a descobrir restos fossilizados, produzidos através das eras, pela própria natureza: ossos, restos alimentares e pegadas de animais, e pedaços de vegetais. Paleontólogos e Arqueólogos podem, eventualmente, trabalhar juntos quando é o caso de superposições entre a ocupação humana e os vestígios naturais, em sítio pesquisado.

Embora o francês Georges Cuvier (1769-1832) seja considerado o Pai da Paleontologia, e encontramos várias referências sobre seus estudos (Revista do Retiro Literário Portuguez, http://memoria.bn.br/DocReader/739340/185), no Brasil esse título pertence ao dinamarquês Peter W. Lund. A importância dos estudos é tal que, já em 1864-1865, encontramos nos currículos escolares do Colégio Pedro II a indicação dos estudos Paleontológicos, como conteúdo para os alunos (Relatório da Repartição dos Negócios do Império, http://memoria.bn.br/DocReader/720968/6645 e páginas seguintes).

Com Peter Lund,o Brasil vê descoberta uma série de vestígios de animais, e hominídeos, de eras geológicas bem anteriores à chegada dos homens ao Continente Americano (Boletim da Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro, http://memoria.bn.br/DocReader/181897/1447). Os achados e anotações de Lund, entretanto, demoraram cerca de 40 anos para serem desvendadas pelos estudiosos brasileiros. Estavam escritas em dinamarquês e, por ser um idioma raramente conhecido entre a intelectualidade brasileira, foi preciso que o Imperador D. Pedro II enviasse seus escritos a um tradutor na Europa, em 1882 (O Orbe, http://memoria.bn.br/DocReader/260959/1144), cuja publicação se daria através dos Anais da Escola de Minas.


Em fins do século XIX, encontramos diversas referências aos estudos Paleontológicos ligados à exploração agrícola e industrial. Os estudos desses profissionais passavam, assim, a embasar o planejamento estratégico da atuação desse tipo de atividade exploratória, já que as escavações para construção de estradas, linhas férreas e assentamentos urbanos, encontravam vestígios que seriam encaminhados aos Museus, após sua análise (Publicador Maranhense - http://memoria.bn.br/DocReader/720089/30069). Também nesse período, as instituições de pesquisa, como escolas e museus, dos quais citamos o Museu Paranaense, que pelo regimento de 1883 já trazia uma área para salvaguarda de acervo de paleontologia animal (Dezenove de Dezembro, http://memoria.bn.br/DocReader/416398/11099), consolidam a Paleontologia como uma das áreas científicas a serem observadas.

Raquel Ferreira - CPS.

A Biblioteca Nacional tem digitalizadas algumas das gravuras da coleção de Peter Lund:

Imagem Lund

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Crânio Fossil encontrado em Lagoa Santa

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Morada de Lund

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Fósseis

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Fonte: Fundação Biblioteca Nacional.

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