terça-feira, 3 de agosto de 2021

Livros com temas nordestinos adaptados para o cinema # Semana da Cultura Nordestina

A região nordeste do Brasil possui uma grande riqueza cultural influenciada por africanos, europeus e indígenas que, para além de suas manifestações folclóricas e populares, contribuiu e continua por contribuir intensamente para cultura nacional na Literatura, música, dança, artesanato, culinária, dentre outras vertentes.

Muitas obras literárias, musicais e cinematográficas retratam, seja de maneira ponderada ou duramente realista, a pobreza, mazelas e injustiças que demarcam o território nordestino, como também o orgulho, a empatia, força, e, acima de tudo, a fé inabalável que se transmuta na esperança de dias melhores.

Selecionamos alguns livros que abordam a temática nordestina, posteriormente adaptados para o cinema.

O "Auto da Compadecida" consegue o equilíbrio perfeito entre a tradição popular e a elaboração literária ao recriar para o teatro episódios registrados na tradição popular do cordel. É uma peça teatral em forma de Auto em 3 atos, escrita em 1955 pelo autor paraibano Ariano Suassuna. Sendo um drama do Nordeste brasileiro, mescla elementos como a tradição da literatura de cordel, a comédia, traços do barroco católico brasileiro e, ainda, cultura popular e tradições religiosas. Apresenta na escrita traços de linguagem oral [demonstrando, na fala do personagem, sua classe social] e apresenta também regionalismos relativos ao Nordeste. Esta peça projetou Suassuna em todo o país e foi considerada, em 1962, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro".


Vidas secas é reconhecidamente o mais importante livro de Graciliano Ramos e um dos maiores clássicos da literatura brasileira. Graciliano Ramos nasceu em 1892, no interior de Alagoas, e cresceu na fazenda do pai antes de se mudar para a capital do estado e, posteriormente, para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar na imprensa. Em 1937, foi preso sob vagas acusações de defender ideologias comunistas. Ao deixar a prisão, procurou trabalho como jornalista em um jornal do Rio de Janeiro. O editor então lhe permitiu publicar um texto curto, e Graciliano escreveu um conto chamado “Baleia”, sobre o sofrimento e a morte da cachorrinha de uma família de retirantes sertanejos. O conto fez sucesso e o jornal encomendou outros no mesmo estilo. Graciliano produziu então um conto para cada membro da família: o pai, a mãe e os dois filhos. Nascia assim Vidas secas, narrado em terceira pessoa, com treze capítulos que, por não terem uma linearidade temporal, podem ser lidos fora de ordem, como contos.Lançado originalmente em 1938, Vidas secas retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. O pai, Fabiano, caminha pela paisagem árida da caatinga do Nordeste brasileiro com a sua mulher, Sinha Vitória, e os dois filhos, que não têm nome, sendo chamados apenas de “filho mais velho” e “filho mais novo”. São também acompanhados pela cachorrinha da família, Baleia, cujo nome é irônico, pois a falta de comida a fez muito magra.Vidas secas pertence à segunda fase modernista da literatura brasileira, conhecida como “regionalista” ou “romance de 30”. Denuncia fortemente as mazelas do povo brasileiro, principalmente a situação de miséria do sertão nordestino. É o romance em que Graciliano alcança o máximo da expressão que vinha buscando em sua prosa: o que impulsiona os personagens é a seca, áspera e cruel, e paradoxalmente a ligação telúrica, afetiva, que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios de sobrevivência e um futuro.



Os poemas escolhidos para integrar esta coletânea desnudam os elementos fundamentais da obra de João Cabral de Melo Neto. Morte e Vida Severina (1954-55), poema que dá nome ao livro, é a obra mais popular de João Cabral e aborda o tema da seca nordestina, dando voz aos retirantes que fazem o duro percurso entre o rio Capibaribe e Recife. O poema O rio também retrata o universo árido às margens do rio Capibaribe, mas dá voz a ele próprio como condutor da narrativa. Engenhos de cana-de-açúcar, usinas, retirantes e trabalhadores são retratados na velocidade do correr das águas. Em Paisagens com figuras (1955), João Cabral sintetiza em palavras uma de suas principais características, que é o hibridismo de linguagens. Mesclando descrições de imagens de Pernambuco, com paisagens da Espanha, o poeta desfila toda sua expressividade onírica. Por fim, Uma faca sem lâmina (1955), trata do desafio da composição poética, que ele ilustra numa faca sem bainha, que corta o poeta por dentro.



Nesta peça de renome internacional, o autor narra o emocionante calvário do simplório Zé-do-Burro: para cumprir promessa feita a Iansã, pela cura de seu burro, ele divide seu sítio com os lavradores pobres e carrega pesada cruz de madeira no percurso de sessenta léguas, com o objetivo de depositá-la no interior da igreja de Santa Bárbara, em Salvador. Ao contrário do que acontece com muitas obras teatrais de qualidade, que se iniciam com ímpeto e às vezes o mantêm até certa altura para nos frustrar no final, esta peça de Dias Gomes é um todo completo e acabado: o seu final não resulta em frustração, mas em plenitude. E para isso é preciso que se reúnam, na realização da obra, aqueles fatores imponderáveis que dão nascimento à verdadeira obra de arte. • Autor das as aclamadas peças O rei de ramos, O santo inquérito e O bem amado. • Nova identidade visual, orelhas assinadas por Ferreira Gullar. • Título de enorme sucesso no Brasil e no mundo, serviu de tema ao filme do mesmo título, ganhador da Palma de Ouro do Festival de Cannes de 1962.

Até breve! 🙋
















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