quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Teatro de Bonecos Popular do Nordeste # Semana da Cultura Nordestina

Registrado como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), esse bem imaterial não é um brinquedo ou um traço do folclore, e envolve, sobretudo, a produção de conhecimento criativo, artístico e com uma forte carga de representação teatral. 

O registro como Patrimônio Cultural Imaterial justifica-se devido à originalidade e tradição dessa expressão cênica, repassadas de mestre para discípulo, de pai para filho, de geração para geração. Uma tradição que revela uma das facetas da cultura brasileira, onde brincantes, por meio da arte dos bonecos, encenam histórias apreendidas na tradição que falam de relações sociais estabelecidas em um dado período da sociedade nordestina e de histórias que continuam revelando seu cotidiano, através dos novos enredos, personagens, música, linguagem verbal, das cores e da alegria que são inerentes ao seu contexto social.

Esse bem cultural imaterial é uma tradicional brincadeira, com origens no hibridismo cultural, durante o período de colonização do Brasil. Assim, pela representatividade que possui, é uma expressão teatral genuína da cultura brasileira e muito peculiar do Nordeste, rica da genialidade de seus criadores e da empatia que estabelece com seu público. A troca intensa possibilitou uma diversidade de temáticas: religiosa, profana ou de costumes populares.

























Apesar desse bem ser amplamente conhecido como mamulengo, em cada contexto se desenvolveu de forma diferenciada e possui diversas denominações: Cassimiro Coco, no Maranhão e Ceará; João Redondo, no Rio Grande do Norte; Babau, na Paraíba; e Mamulengo, em Pernambuco. Carrega elementos fundamentais para a identidade e memória de seus praticantes e ainda desempenha um papel agregador que legitima as práticas cotidianas nesses locais.






















Visto como referência cultural que vem se atualizando, ao longo do tempo, enquanto permanecem as relações de tradição, pertencimento e coletividade no universo cultural na qual se desenvolve. A brincadeira é iniciada com a montagem da empanada, uma espécie de barraca. Em seguida, os brincantes se colocam na parte de trás e o espetáculo tem início com os bonecos em cena e a introdução de um texto poético, a loa. Além da narrativa, a peça contém elementos surpresas, muitas vezes sugeridos pelo mestre bonequeiro. Normalmente, as sugestões ocorrem a partir de conhecimento prévio sobre o público.

Fonte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/508/.


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